Pular para o conteúdo principal

Circulação

Otavio Linhares e Janaina Matter na cena da Súbita
Foto: Lidia Ueta



Por CiaSenhas

Esta 7ª Mostra Cena Breve – A Linguagem dos Grupos de Teatro entra hoje na etapa de Circulação de quatro cenas pelos municípios de Araucária, Lapa, Paranaguá e União da Vitória.

São elas:
Meus Olhos Estão Degringolando, da Súbita Companhia de Teatro, de Curitiba; Quintal, da Casca de Nós Companhia de Teatro, de Belo Horizonte; Encostei Minha Angústia no Sol, do Grupo Teatro de Geada, de Curitiba; e Sophia Loren Não É Marlon Brando, da também curitibana Companhia Subjétil.

A votação do público, ao final de cada sessão, e a percepção dos debatedores conformam a escolha das quatro cenas que vão circular entre aquelas 16 apresentadas. Algumas produções bem recebidas não tinham disponibilidade para cumprir a agenda noturna na itinerância de hoje a domingo. Caso de
Compra de Personagem – Segunda Ação de Classificados, pelo Núcleo Cães Lacrimosos, de Curitiba, e de As Rosas no Jardim de Zula, pela Zula Companhia de Teatro, de Belo Horizonte – ambas entre as mais admiradas este ano.

Pois vamos à Circulação e à nossa primeira experiência em miniturnê com quatro cenas por quatro noites em quatro cidades distintas do Paraná. Na penúltima edição, a Mostra chegou a ter um braço em Araucária. E agora esticamos mais três pernas. Mãos às obras e pé na estrada de corpo inteiro!


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Zona erógena e cócegas

Cena  parte de texto de catalão e é dirigida por André Carreira }  Elenize Dezgeniski Em “Romeu e Julieta”, o frei Lourenço afirma que “Esses prazeres violentos têm finais violentos/ E, em seu triunfo, morrem como o fogo e a pólvora./ Que se consomem quando se beijam”. Para além do fundo histórico e social da tragédia, a impossibilidade da consumação do amor juvenil em Shakespeare talvez nos diga mais sobre a sabotagem dos desejos na contemporaneidade. Um prolongado beijo entre personagens que se dizem irmãos, ele e ela, é um dos múltiplos ruídos propositalmente desestabilizadores em “La Belle Merde”, do Grupo Teatral (E)xperiência Subterrânea, de Florianópolis. A objetividade científica da forma expositiva vem associada à apresentação de seminário ou conferência que aparenta se passar em sala de convenção ou sala de aula, ainda que sugira a neutralidade de um ambiente com uma cadeira e uma mesa discretas, além da luz invariável. Os atores Lara Matos, Lucas Heymanns e Mar...

Pecinhas para uma tecnologia do afeto – o teste – Teatro de ruído

O grupo Teatro de Ruído apresentou sete pequenas cenas espalhadas pelo espaço do Teatro da Caixa, todas em fase de experimentação – e por isso o subtítulo “em teste”. O espectador fica livre para escolher se assiste a uma cena ou se tenta transitar pelo espaço, para assistir pequenos trechos de duas ou mais cenas. Quem não conhece o grupo fica sem ter nenhum critério pra fazer uma escolha, sem nenhum norte que dê uma sugestão de por onde começar. Muitas pessoas, como eu, acabaram não vendo praticamente nada. Outras, que acompanharam alguma cena do início até o fim, ficaram sem perceber o que as cenas poderiam ter de comum, salvo pelos rastros dos dispositivos cênicos espalhados pelo espaço. Mesmo assim, foi possível perceber uma preocupação do grupo com a visualidade das cenas como partes de um todo, o que se expressava por um tratamento comum nos figurinos: os mesmos materiais, cores e texturas. Por outro lado, não havia uma preocupação com a visibilidade das cenas. É como se o públic...

Ronca o rancor

Princesa Ricardo (Marinelli) critica e escarnece da onda reacionária  }  Elenize Dezgeniski Provérbios, chavões, lugares-comuns, tanto faz, eles abundam na figura da Princesa Ricardo em “Das Tripas Coração”, arremedo de ópera-bufa em que o performer Ricardo Marinelli captura pela unha a narrativa reacionária que o Brasil nunca viu tão descarada. E dela escarnece apoiada nos vícios de linguagem. Funciona muito bem a analogia dos excessos diante da realidade transbordante, da virulência com que as vozes conservadoras perderam os pudores na desqualificação do diferente. A cena desossa o senso comum e abre outras portas para mostrar que os significados (das coisas, das vidas, das palavras) sofrem um desgaste sem precedentes no atual quadro sociopolítico. Texto-depoimento e ações podem soar literais ou desarmônicas, permitindo ao espectador um exercício permanente de verificar os anacronismos entre fala e expressão corporal que chamam ao pensamento crítico. Para essa figura...