

fotos: Elenize Dezgeniski
A sessão de sábado começou do lado de fora da Caixa Cultural, com a Companhia Silenciosa, e depois adentrou o teatro propriamente dito com mais dois trabalhos na Mostra Cena Breve
Os embalos de sábado à noite deram em bolhas de sabão a espocar em corpos de loiras “cachorras” lambendo o pára-brisa de um carro vermelho estacionado em frente ao teatro, sob flashes e uivos. Deram em mãos balançando o desejo na hora de tatear nus masculinos nas páginas projetados na tela sobre o sofá branco onde jaz um ator vestido de branco. Deram em cofrinhos de gesso coloridos caídos do céu e estilhaçados no tablado em que um amor tenta juntar seus cacos.
As narrativas do eu vão cavando seu espaço cada vez mais profundo na cena contemporânea brasileira, como nos dão notícias proposições como Los juegos provechosos – incríveis réplicas de dinossauros robotizados em tamanho natural, da Companhia Silenciosa, de Curitiba; Monocromo biográfico, da Barridos da Cena, também da cidade; e Quebre seu cofrinho, com a o grupo Teatro Albatroz, de Belo Horizonte.
Nos dois primeiros, os experimentos transbordam fetiches do corpo em rompantes de androginismo e falocentrismo (não por acaso um boneco inflável com o pênis ereto conecta as duas cenas). É como se os conteúdos explicitados no saguão, no asfalto ou no alto do prédio em frente à Caixa Cultural, pela Silenciosa, fossem prolongados para o palco quando o bastão é passado ao solo da Barridos.
O turbilhão de informações é amainado no palco nu e fundo escuro do derradeiro movimento. As palavras-pistas de Caio Fernando Abreu versam sobre os dragões pelos quais choramos em despedidas. Pena que o Albatroz, em meio a tantos acertos, peque justamente nos indefectíveis macacõezinhos pretos e rotos que masculinizam suas duas atrizes em nome de uma neutralidade de gênero presumida – como se uma só nesga do olhar dessas moças não fosse capaz de transmitir o feminino em alta voragem.
As narrativas do eu vão cavando seu espaço cada vez mais profundo na cena contemporânea brasileira, como nos dão notícias proposições como Los juegos provechosos – incríveis réplicas de dinossauros robotizados em tamanho natural, da Companhia Silenciosa, de Curitiba; Monocromo biográfico, da Barridos da Cena, também da cidade; e Quebre seu cofrinho, com a o grupo Teatro Albatroz, de Belo Horizonte.
Nos dois primeiros, os experimentos transbordam fetiches do corpo em rompantes de androginismo e falocentrismo (não por acaso um boneco inflável com o pênis ereto conecta as duas cenas). É como se os conteúdos explicitados no saguão, no asfalto ou no alto do prédio em frente à Caixa Cultural, pela Silenciosa, fossem prolongados para o palco quando o bastão é passado ao solo da Barridos.
O turbilhão de informações é amainado no palco nu e fundo escuro do derradeiro movimento. As palavras-pistas de Caio Fernando Abreu versam sobre os dragões pelos quais choramos em despedidas. Pena que o Albatroz, em meio a tantos acertos, peque justamente nos indefectíveis macacõezinhos pretos e rotos que masculinizam suas duas atrizes em nome de uma neutralidade de gênero presumida – como se uma só nesga do olhar dessas moças não fosse capaz de transmitir o feminino em alta voragem.
Comentários
Vanila Ice foi otima !! kkk
não faltou agito naquele noite!
nosso abraço!