Os púlpitos selvagens da EmCômodo } Elenize Dezgeniski “Assembleia Geral” é uma ironia nada refinada. E esse despropósito está no cerne da crítica da Companhia EmCômodo Teatral aos artifícios vigentes nas práticas e discursos que versam sobre a atividade da cultura nos últimos anos. Como a disseminação de que artista é vagabundo, quando o dever do Estado para com essa área é historicamente miserável. Há um dentro e um fora nesse recorte oportuno concebido, escrito e dirigido por Fabio Kinas. Afinal, respinga autocrítica nos artistas como ele. Além de cutucar a sociedade, espelho dos modos de produzir, pensar, agir. Nesse simulacro de TED, de case de marketing, de plataforma de startup, de verniz para lançamento de empresa ou o que valha, pois tudo é possível na voga da economia criativa, a figura de linguagem escorregadiça beira a náusea com as perguntas dissimuladas para uma plateia claramente manipulada e que se submete em vez de contrariar tais procedimentos. Com pitadas ...