foto: Elenize Dezgeniski
Cena de interação com platéia em Gambiarra, com grupo Elenco de Ouro, de Curitiba
Um quê de espírito lúdico atravessou a segunda noite da Mostra. O espectador foi instigado a interagir, a contracenar de forma mais ativa.
Duas cenas implodiram a chamada quarta parede em suas concepções, Vermelho – tijoles-morango-sépia e sombra, do Coletivo Joaquina, e, de modo mais transgressivo na relação com o espaço físico do edifício teatral da Caixa Cultural, Gambiarra, do grupo Elenco de Ouro, ambos de Curitiba. A besta fera, do Teatro Jabuti, de Florianópolis, fez alusão ao número típico do circo-teatro com o domador e um animal, no caso, o bonecão de um jabuti.
As experiências chamam a atenção para a responsabilidade de brincar em cima daquilo, o Teatro. Faz parte do jogo entreter, mas a causa precisa ser muito, mas muito nobre. Causa lida como crença artística na cena, nos seus preceitos estéticos, na sua execução, sobretudo na capacidade de ser traduzida pelo seu veículo-mor, a atriz, o ator.
É preciso lucidez para atirar-se na aventura da criação. Até na hora de evocar a centelha lúdica repousada dentro de cada um. Idem para a loucura e suas razões. De que lugar se está falando? E para quê?
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